Desparasitação nos Peitos Celeste

Boa Tarde pessoal,

Será que alguns dos participantes deste forum é criador de Peitos Celeste, Face Carmesim ou mesmo Granatinas e que possa partilhar o que usa para os desparasitar e já agora também as amas que os criam, caso não criem directamente.

Obrigado

Cumpts.

Olá Miguel,

Na minha opinião (excepto se trabalharmos com F0's) não é preciso usar nada em termos de "desparasitantes" no sentido de antibióticos. Como sabes não concordo com a ideia de prevenções. Se estivermos a falar de desparasitantes propriamente ditos para aves de pequeno porte Levamisol.
Tanto com granatinas como peitos celestes em particular prefiro não usar amas. Acertando com dieta e condições eles criam. Obviamente que tens casais e casais. Face carmesim tive menos experiência, especialmente em gaiolas, mas considero-os mais complicados que qualquer um dos anteriores, sobretudo na alimentação das crias na 1ª fase.

Cumps.
Ricardo M.

Boa Tarde Ricardo,

Obrigado pela tua ajuda.
Eu coloquei esta questão porque este ano correu muito mal a criação dos Peitos Celeste (Uraeginthus cyanocephalus). Eu também não concordo com a desparasitação embora nos Bengalins o faça. Habitualmente só crio com amas (porque nunca consegui directamente e nem insisti muito), e nunca tive problemas mas este ano não consegui perceber o que aconteceu. Simplesmente nasciam e morriam ao fim de alguns dias, que é o que quase todo o pessoal que se mete nesta especie se queixa. Eu penso que tenha a ver com parasitas ou bactérias ou lá o que seja que as amas transmitiram ás crias mas não cheguei a nenhuma conclusão e como o tempo disponivel para a passarada também não é muito... até antibióticos de largo espectro de acção dei aos Bengalins (coisa que nunca tinha feito até hoje) mas nem assim. Em 6 anos que crio Peitos Celeste e é a primeira vez que me acontece isto...alguma explicação deve haver .

Abraço

Olá,

Miguel, quando as coisas correm mal claro que temos que tratar.
Eu tenho a minha ideia de que a grande maioria de criadores que se mete em africanos não sabe muito bem o que está a fazer. Porque uma coisa é manter as aves vivas, outras criar com elas. Depois quando falham os bengalins é uma treta. Aconteceu o mesmo comigo quando comecei nessas espécies mais "puxadas". Já disse várias vezes que andei uns anos a aprender a manter granatinas vivos. Sei que não é o teu caso.

Ainda não há muito tempo em conversa com uns criadores (um deles "batido") um deles se queixava que os granatinas não davam nada directo. Desde teorias de precisarem de umas "térmites especiais" que só existem não sei onde, a salmonela (que tem costas largas...). Estávamos em pleno novembro, com 5-6ºC. Estás a ver a questão?

Agora quando as coisas funcionam e de repente começam a correr mal como te aconteceu este ano, convém primeiro analisar se mudaste alguma coisa, por mais simples que pareça. Chegaste a analisar algumas aves ou crias? Fazer tratamentos ao calhas é sempre ingrato.

Eu também não concordo com a desparasitação embora nos Bengalins o faça.

A desparasitação não é problema quando estamos mesmo a falar de parasitas (ácaros, vermes redondos, ténias e companhia). Isto embora o nível de parasitismo deste tipo em aves interiores seja relativamente baixo. Mas quando entramos em anti-infecciosos a coisa é bem mais complicada.
De qualquer forma, quando se faz convém ser sempre feito a todos, caso contrário crias sempre a possibilidade de os animais não tratados funcionarem como "reservatório" e manterem a infecção.

Se precisares de alguma coisa avisa que vejo o que consigo fazer, embora nesta fase de inicio de Verão seja mais dificil.

Cumps.

Boa Noite Ricardo,

Tens toda a razão no que me dizes...realmente isto dos Africanos tem muito que se lhe diga, é necessario conhecer muito bem as especies e mesmo assim tem que se andar ás "apalpadelas" até se chegar á velocidade de cruzeiro. Também eu levei 2 anos a aprender a aguentar vivos estes "Azulitos", tanto nos primeiros dias de vida como logo a seguir á separação das amas, e o que me aconteceu este ano, visto que não alterei absolutamente nada, requeria uma analise ás aves mortas e claro, o tratamento devia incidir em todas as aves. Não o fiz por receio, foi mesmo ao calhas para ver se resultava e se algo corresse mal era só nos Bengalins. O grande problema é que não tenho tempo para especies mais dificeis (nem considero que estes o sejam) e daí neste momento apenas ter especies "curriqueiras", Gould, D. Papagaio e os P. Celeste. Já criei Colorias, Peale e Granatinas, antes de mudar para a minha actual situação profissional, e tudo corria bem porque havia tempo para analisar o que acontecia, tirar conclusões e actuar quando necessario. Agora assim, é mesmo deixar andar, e quando algo corre mal é ir experimentando isto ou aquilo e logo se vê... .

Já agora, ainda crias alguma coisa ou também já não tens vida para a passarada?

Mais uma vez, obrigado pelas dicas.

Abraço

Olá,

De momento não crio nada. Aliás, já parei há algum tempo porque infelizmente a falta de disponibilidade pessoal, profissional e agora académica não perdoa... E quando assim é quem paga são as aves. Custou-me muito mas preferi parar. Um dia destes logo recomeço, até lá vou "estudando".

No que mete tratamentos tenho cada vez mais dificuldade em que se vá "experimentando". Verdade seja dita que as análises de rotina quando não há problemas evidentes nem sempre dão resultados. Mas mesmo assim podem dar alguma ideia do que "não é" e com isso sempre se aponta um tratamento menos ao calhas.
Tens tempo de ver isso com calma agora para preparares a próxima época. Se precisares de alguma ajuda a encaminhar as análises avisa.

Cumps.

Bom Dia Ricardo,

Parece que estás para o mesmo... o tempo não estica . Espero que voltes a criar porque fazes "cá" falta!
Quanto a mim, vamos a ver se terei nova época ou se vou fazer uma pausa como tu.
Caso continue, realmente tenho que pensar em fazer algo para a coisa voltar ao normal.
Obrigado pela tua ajuda.

Abraço

Boa tarde.
Quidado com a administração do Levamisol que tem efeitos secundários tais como, anemia (destruição dos globos brancos), alteração em todas as glandolas e chegando mesmo a aparecerem pústulas em diversas partes do corpo.

Um abraço, Ferreira

Boas.

Tenho lido em alguns livros e realmente o Levamisol é aconselhado para tratamento da grande maioria das doenças de origem parasitárias. O risco da ave sofrer os efeitos segundários é grande? Ou apenas quando o produto é utilizado de forma descabida?

È bom saber que o Sr Ferreira está de volta activamente no fórum, pessoas com a experiência e conhecimento do Sr Ferreira fazem cá falta, obrigado.

Cumprimentos.

Boa tarde Bruno Alexandre.
Todos os desparasitantes têm efeitos secundários quando administrados em excesso e este tem a agravante de ser um desparasitante exclusivo para animais de grande e médio porte, podendo ser administrado em aves de capoeira mas adultas, ora estar-se a administrar em passarinhos ainda por cima sem dose certa é mais que certo se não os matar vem ao de cima todos os efeitos secundários que podem advir e como o seguro morreu de velho!...
Não estou de volta, até porque era contra censo tendo eu um Fórum quase idêntico e mais antigo estar a deixar perder forenses para o da concorrência
Estou simplesmente a responder a alguns por causa do apelo que foi feito por os forenses acérrimos deixarem de frequentarem o Fórum dos Exóticos. Não me esqueço que fui aqui mal tratado

Um abraço, Ferreira

Olá,

Curioso visto o levamisol ser dos anti-helminticos mais usados em avicultura... especialmente em tratamentos de ciclo curto.
A sensibilidade parece existir em aves aquáticas mesmo assim acima do nivel terapêutico.

Cumps.

Boas

Obrigado Sr. Ferreira e Avilandiapt.
Nunca usei o Levamisol e estava a pensar usar, vou pesquezar que produtos hexistem e logo se vê...
É de lamentar que haja maus tratos no fórum, depois acontece de pessoas não acodirem a ajudas que são pedidas.
Penso que os fóristas correm os fóruns todos, de notar que tenho aprendido muito no fórum do Sr. Ferreira, PARABÈNS.

Boa tarde Ricardo Miguel.
Se me disseres e comprovado por ti qual a percentagem de Levamisol/litro água sem efeitos colaterais para aves pequenas e até mesmo de médio porte aceito.

Um abraço, Ferreira

Olá,

A dosagem terapêutica padrão do Levamisol para estas aves é 20mg/kg PV, num tratamento curto (1 dia). A partir dai é só fazer contas porque é totalmente diferente meter uma ave a beber 10ml/dia ou 5ml/dia e ter uma ave de 20gr ou de 200gr.
Para Peitos celestes que andam pelas 20gr, a dosagem seria de 0,4mg/ave. Assumindo que bebam 5ml de água (por excesso...) 0,4mg/5ml = 80mg/lt.
Fora isso dependerá da concentração do produto comercial em causa.
Pode ser usados mais tempo além de 1 dia, mas como "paralisa" os parasitas e tem absorção rápida, a resposta é mais relacionada com concentração do que com a duração (ao contrário de antibióticos em que ambos são relacionados).

Apesar de ter efeitos secundários (como todos têm), na minha opinião, é uma vantagem poder ser usado apenas 1 dia em comparação a 3-5 dias de outros princípios. Além de que a eficácia maior é nos parasitas mais comuns em aves (nemátodos). O único efeito adverso que observei foi vómito em Agapornis mantidos no exterior (no verão >40ºC, 2/34aves, <12h).
Em avicultura também é usado em 3 ciclos de 14 dias como imunoestimulante embora com outra via de administração e dosagem inferior.

Existem vários factores que podem afectar a maior ou menos sensibilidade da espécie e da própria ave, alguns deles que são difíceis de prever. É por isso que "recomendar" medicamentos tem muito que se lhe diga. Uma coisa é trabalhar com criadores que conhecemos, aves/plantel que seguimos e cujo historial é minimamente conhecido.
Podemos estar a falar de algo e depois a seguir alguém decide usar um outro produto que também lhe "falaram" que até podem funcionar por si mas, por vários motivos, juntos se tornam um desastre. Ou existirem outros problemas/tratamentos anteriores que desconhecemos.
De qualquer forma, ficam as indicações.

Cumps.